sexta-feira, 25 de maio de 2012

10 perguntas para Flávio Dino, presidente da Embratur


Por Guilherme QUEIROZ
Flávio Dino, Presidente da Embratur
Um dos responsáveis pela intervenção do governo federal para reduzir as diárias cobradas pelos hotéis para a Rio+20, o presidente da Embratur, Flávio Dino, afirma que a postura da rede hoteleira do Rio de Janeiro poderia afetar a imagem do Brasil no Exterior.
Em que momento o governo federal decidiu intervir nas diárias cobradas pelos hotéis no Rio de Janeiro?
No início de fevereiro, pedi um encontro com os empresários do setor e disse: “A hotelaria tem um compromisso que está para além dela, que é com a imagem do País, construída ou desconstruída, a partir de uma exposição que nunca tivemos.” Mas, após a reunião, houve uma espécie de tabela de preços. Quando o Parlamento Europeu cancelou sua vinda, passou a se justificar uma intervenção do governo.
 
Sob qual argumento?

A presunção é da livre iniciativa como regulador dos preços. Porém, quando se configurou uma prática abusiva de mercado, o governo tomou uma posição.
 
A redução entre 25% e 60% das tarifas, prometida pela rede hoteleira, é suficiente?

É um patamar condizente com a demanda aquecida. Buscávamos um preço compatível com a média nacional. Nesse episódio, nós agimos em defesa do patrimônio maior, que é a imagem do Brasil no Exterior.
 
Como a Embratur pretende monitorar os preços?

Faremos uma pesquisa, analisando os dez maiores destinos mundiais e comparando-os com as diárias praticadas no Brasil.
 
Não há o risco de os empresários se sentirem constrangidos?

É algo a favor da competitividade e do País. Vamos nos comparar com referências no mundo, como Nova York, Paris, Londres e Buenos Aires, e ajudar nosso setor a praticar a lei da oferta e da procura sem matar a galinha dos ovos de ouro. 
 
Quais são as principais demandas da indústria do turismo?

O foco principal do que constitui a política pública do turismo – promoção, apoio e comercialização – é a competitividade. 
É onde precisamos avançar para estimular novos investimentos do setor privado.
 
O turismo no Brasil cresce, mas ainda não somos um grande destino internacional. Por quê?

Temos um complicador que é nossa posição geográfica. Estamos a milhares de quilômetros de grandes emissores de turistas. A maioria dos visitantes é dos países vizinhos. Na Europa, 83% dos turistas são os próprios europeus. A conclusão é que o turismo é intrarregional.
 
Qual é a estratégia para atrair mais sul-americanos ao Brasil?

Todos os grandes eventos que vamos sediar falam profundamente à alma dos sul-americanos. Nossa ideia é transformar esses megaeventos em eventos da América do Sul.
 
Por que a Embratur alterou a estratégia e decidiu reduzir a promoção do Brasil no Exterior?

Reduzimos os mercados prioritários para 17: os 15 maiores emissores de turistas ao Brasil, mais o México e o Canadá, pela proximidade. No passado, já chegamos a trabalhar 55 países, mas nossos recursos são escassos.
 
O setor privado deve investir R$ 10 bilhões. É suficiente?

Para a expansão da oferta de leitos, sim. É 20% acima da nossa capacidade atual. No entanto, as redes hoteleiras manifestam receio de, após os grandes eventos esportivos, haver uma superoferta e grande ociosidade. Eis por que se justifica nossa preocupação com o item preço.

Isto é - Dinheiro

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